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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Uso do crack domina cenário da criminalidade e preocupa especialistas lavrenses

A presidente do Conselho Tutelar de Lavras, Rose Mary Pereira.

Um vilão está solto nas ruas de Lavras e do Brasil. Ele atende pelo nome de crack. A droga, que é feita a partir base da pasta da cocaína, tem ceifado vidas, destruído famílias e consumido exorbitantes quantias financeiras dos cofres públicos para o tratamento dos dependentes químicos.

Fonte:lavras24horas

Enquanto as mortes relacionadas ao uso do alimenta as manchetes da mídia em geral e engorda as estatísticas policiais – dos sete homicídios ocorridos em Lavras no ano passado, cinco estão ligados ao uso de drogas, especialistas ouvidos pela reportagem da Tribuna de Lavras são unânimes em afirmar que esse é um problema de saúde pública que deve ser encarado com seriedade.



De acordo com a presidente do Conselho Tutelar de Lavras, Rose Mary Pereira, crianças e adolescentes envolvidos em atos infracionais (crimes) ligados às drogas são encaminhados para tratamento médico junto a programas desenvolvidos pelo município, como o Centro de Medidas Sócio Educativas (CEMSO), que atende a toda Comarca de Lavras Atualmente 56 crianças são acompanhadas semanalmente por psicólogos, psicoterapeutas e assistentes sociais.



O Conselho Tutelar de Lavras recebe uma média de 19 casos diários envolvendo menores, sendo que 17 deles têm ligação direta com a chamada “drogadição”: uso ou tráfico de drogas. Em especial, o crack. O município oferece tratamento de 18 meninos em comunidades terapêuticas instaladas em Lavras. Nos casos de desintoxicação, o custo do tratamento, em média de R$ 500 mensais, é feito com recursos da municipalidade.



“É preciso que os pais fiquem atentos para a mudança de comportamento dos filhos. Ao detectar o problema é necessário que ele procurem a ajuda de um especialista”, revela.

Saúde



Para a enfermeira Miriam Murad Leite Andrade, coordenadora da área de saúde destinada a alteração mental no município, a luta com as drogas deve envolver toda a rede envolvida no tratamento e combate às drogas dentro do plano social.



Miriam aponta que as instituições que prestam serviços de atenção a pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou dependência de substâncias psicoativas em Lavras, as chamadas comunidades terapêuticas, não cumprem o que determina a Resolução RDC nº 29 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que determina normas para o setor. Lavras conta hoje com três instituições: a Fazendinha Bom Senhor Jesus, a Casa de Transformação Bethânia e Fazenda Jervel.



“O modo como é feito o tratamento hoje dentro das comunidades, sem qualquer remédio, torna praticamente obsoleto todo o trabalho. Precisamos ir à raiz do problema, se não ele não será resolvido”, disse Miriam, a única enfermeira especializada na assistência de usuários de álcool e drogas na cidade.




Ela acrescenta que sem o seguimento das normas estabelecidas pela ANVISA, as comunidades terapêuticas da cidade não podem ser cadastradas no programa do governo mineiro conhecido como “o bolsa crack”, lançado no ano passado. O recurso permite que as famílias de usuários possam receber um valor de R$ 900,00 para negociar a internação do parente. O benefício é concedido enquanto durar o tratamento por até nove meses e poderá ser prorrogado por até dois anos, o que permitiria menores custos para os cofres do município.



A enfermeira informou que o município oferece tratamento e apoio aos usuários em Lavras através dos três Centros de Atenção Psicossocial de Lavras (CAPS) voltados para saúde mental e também para usuários de drogas e álcool. O serviço presta ajuda médica, psicológica, psicoterapêutica e conta com assistentes sociais.



Mais da metade do atendimento desses centros hoje é destinado a usuários de drogas. A enfermeira revelou que o índice de uso de crack é nitidamente maior entre dependentes quando comparado a maconha, por exemplo. O acesso fácil e o custo baixo das pedras do crack contribuem para a população de baixa renda fique mais exposta diante do problema.



Miriam informou que um tratamento para desintoxicação de um dependente químico, que hoje é feito no Instituto Médico Psicanalítico (IMEP), pode custar até R$ 10 mil a depender do tempo de internação dos pacientes.



“O futuro do crack envolvendo menores, jovens e adultos na cidade é incerto e tenebroso. Não é apenas tirar os dependentes químicos da rua, como aconteceu em São Paulo esta semana, mas oferecer tratamento adequado e procurar formas de prevenção e combate ao uso de drogas”, finalizou Miriam.

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